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Mostrando postagens de novembro, 2014

Meio crônica: O amor segundo a literatura.

Temática base para quase toda a produção artística, o amor é e foi ao longo de toda a literatura, não um norte, mas um caminho sempre seguido pelos principais autores. Longe de competir, antes mais complementar, o amor se entrelaça nas mais variadas temáticas. Desde as Guerras Napoleônicas em Guerra e Paz, de Tolstoi, as personagens dramáticas de José de Alencar e as realistas e ambiciosas de Machado de Assis, até a literatura atual dos contos fantásticos e livros que flertam com mundos paralelos e realidades que não existe, o Amor como ele é, ou seja, uma confusão de sentimentos e desejos se mostra presente e até mesmo dominante. Desde os primórdios de toda a humanidade, os letrados parecem dedicar boa parte do seu tempo em expressar em palavras as ambiguidades do sentimento Amor. A literatura universal, e quem a conhece saberá confirmar, constitui um guia teórico como nunca antes visto sobre as abstrações do Amor. A literatura é capaz de fornecer uma série de situações e

O Idiota (romance em quatro partes), de Fiódor Dostoiévski. PRIMEIRA PARTE

"Eu tenho minha concepção de real (em arte), e aquilo que a maioria chama quase de fantástico e excepcional para mim constitui, às vezes, a própria essência do real. (...) Porventura meu fantástico Idiota não é realidade, e ainda mais rotineira!? Ora, é precisamente neste momento que deve haver semelhantes caracteres em nossos segmentos sociais desvinculados da sua terra, segmentos esses que, na realidade, se tornam fantásticos."                                                                                                                                         Resposta de Dostoiévski a uma crítica que qualificava o seu personagem como irreal. Desconstruindo a imagem de volumoso, rebuscado e repleto de convites a altas reflexões, a primeira parte do romance do russo Fiódor Dostoiévski se mostra uma narrativa não densa, mas contínua e que é capaz de envolver o leitor em todos os sentidos. Com um cenário muito bem construído, a primeira parte do romance se dá n

Resenha: O crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós.

“Aí tem o abade uma educação dominada inteiramente pelo absurdo: resistência as mais justas solicitações da natureza, e resistência aos mais elevados movimentos da razão. Preparar um padre é criar um monstro que há-de passar a sua desgraçada existência numa batalha desesperada contra os dois fatos irreversíveis do universo – a força da Matéria e a força da Razão”                                                                                                        Personagem Dr Gouveia sobre o os padres. Nada mais desafiador do que proibir. E o que se mostra mais desafiador ainda em O Crime do Padre Amaro, é ter um meio cheio de proibições e falsas idealizações, que acabam se tornando o terreno de muitos desejos. Se tivesse que escolher um livro realista ou, nesse caso, naturalista, que melhor tivesse descrito a situação de determinismo, escolheria esse, de Eça de Queirós. Os dois personagens são fruto dos meios em que foram criados, isso fica muito claro a partir do