![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtG-TjthlUsUVAFvQ03nTFDlUHOTojOfcFkZDNezd3mI3W99pVU8I9RN3X2bLyp77TDRnFFvoyBo9yisIHIigcSV0g1JNgWgshCOhFW0uxux8vNmL1-xR-Okd3XvFkcPAkaFprE3YvmBDg/s1600/romeu-e-julieta-pintura.jpg)
Longe de competir, antes mais complementar, o amor se entrelaça
nas mais variadas temáticas. Desde as Guerras Napoleônicas em Guerra e Paz, de
Tolstoi, as personagens dramáticas de José de Alencar e as realistas e
ambiciosas de Machado de Assis, até a literatura atual dos contos fantásticos e
livros que flertam com mundos paralelos e realidades que não existe, o Amor
como ele é, ou seja, uma confusão de sentimentos e desejos se mostra presente e até mesmo dominante.
Desde os primórdios de toda a humanidade, os letrados
parecem dedicar boa parte do seu tempo em expressar em palavras as ambiguidades
do sentimento Amor. A literatura universal, e quem a conhece saberá confirmar,
constitui um guia teórico como nunca antes visto sobre as abstrações do Amor.
A literatura é capaz de fornecer uma série de situações
entre duas pessoas (notem que são pessoas, pois a liberdade cai muito bem ao
mundo da arte), quem tem contato com esse guia que, acredito, está a disposição
de qualquer interessado, não terá somente uma série de estratégias para lidar
na prática, como também terá uma gama de exemplos a serem seguidos e é
claro, evitados.
O mais curioso de tudo é que, contradizendo o que escrevi no
começo do texto, o amor é um fato determinante na literatura e é porque em si é
determinante na vida da sociedade, sendo a literatura uma arte que se ocupa em
colocar no papel o atual, mesmo que paralelamente. Voltando a contradição, nos
romances nada se desenvolve longe da linha das relações, até mesmo um monólogo
não é capaz de fugir de uma ou outra lembrança de uma relação. Em um romance
histórico, não há partida do fato histórico em si, mas sim de uma relação de
amor que tem como plano de fundo, um acontecimento histórico, prova disso, é o
sensacional O Tempo E O Vento, de Erico Veríssimo.
Usei a contradição nesse texto porque decidi escrever sobre
o Amor e talvez a contradição seja inerente ao mesmo. Nada teria graça se fosse
cheio de segurança e repleto de verdades absolutas, aliás, se isso
representasse o amor, não seria amor, seria convicção. Escrevo que amor e contradição
se completam porque o amor não é feito de certezas, nem obedece a convenções,
muito menos a imposições sociais, sendo assim, contradizer-se no amor é a forma
mais sincera de mostrar que ama.
Comentários
Postar um comentário