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Mostrando postagens de dezembro, 2014

Resenha: Sobre o ofício do escritor, de Arthur Schopenhauer.

“(...) o estilo filosófico de Schopenhauer: saber conjugar a profundidade com clareza, a minúcia da observação com a amplitude dos horizontes, o rigor do raciocínio com a vivacidade da exposição, a verve polêmica com a paixão do conhecimento.”                                                    Excerto da apresentação de Franco Volpi a segunda edição, de 2005 de Sobre o ofício do escritor , pela Editora Martins Fontes. Sobre o oficio do escritor é um livro que compreende três pequenos textos escritos pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer: “Sobre o ofício do escritor” , “Da leitura e dos livros” e “ Da língua e das palavras” . Este pequeno tratado faz parte das Parerga e Paralipomena, obra publicada em 1851 e que atribuiu ao autor o começo do seu êxito literário. Com uma crítica aguçada, uma clareza de estilo e certo tom de humor, que lhe con...

O Idiota (romance em quatro partes), de Fiódor Dostoiévski PARTE QUATRO (CONCLUSÃO)

"No seu desejo ardente de distinguir-se, às vezes estava pronto para o salto mais irracional; no entanto, mal conseguia se aproximar do salto irracional, nosso herói sempre se revelava inteligente demais para se atrever a dá-lo. Isso o deixava aniquilado. Tivesse oportunidade, é possível que se decidisse até por uma coisa vil, contanto que conseguisse  algo daquilo com que sonhava; porém, como se fosse de propósito, tão logo chegava ao limite sempre se revelava honesto demais para o ato extremamente vil."                                                                                                         Dostoiévski sobre os homens que buscam a originalidade de forma inteligente. Exemplificou  a busca em duas part...

O Idiota (romance em quatro partes), de Fiódor Dostoiévski TERCEIRA PARTE

 "Quem festim é esse, que grande e sempiterna festa é essa que não tem fim e que há muito o vem arrastando, sempre, desde a infância, e à qual ele não encontra meio de juntar-se. Toda manhã nasce o mesmo sol claro; toda manhã há arco-íris na cachoeira; toda tarde a montanha nevada, a mais alta de lá, ao longe, nos confins do céu, arde em uma chama purpúrea (...). E tudo tem o seu caminho, só ele não sabe de nada, não compreende nada, nem as pessoas, nem os sons, é estranho a tudo e é um aborto. Oh, ele, é claro, não pôde falar naquele momento com essas palavras e externar a sua pergunta, atormentava-se de forma surda e muda; mas agora lhe parecia que dissera tudo isso e naquela ocasião (...). Ele estava certo disso e, sabe-se lá, seu coração batia movido por esse pensamento..."                                                Dostoiévski aponta uma lembrança do...

O Idiota (romance em quatro partes), de Fiódor Dostoiévski SEGUNDA PARTE

"E porventura o rosto dela só inspira paixão? Além do mais, aquele rosto pode inspirar paixão até agora? Ele só infunde sofrimento, ele abrange toda a alma, ele... e uma lembrança cruciante e torturante correu de repente pelo coração do príncipe. Sim, é torturante. Ele se lembrou de que ainda há pouco ficara angustiado quando pela primeira vez passou a observar nela sinais de loucura. Naquele instante ele caiu quase em desespero. E como pôde deixá-la no momento em que ela fugia dele para Rogójin? Era a ele que cabia correr atrás dela e não ficar esperanto notícias. Entretanto... será que até hoje Rogójin não notou loucura nela? Hum... Rogójin vê em tudo outras causas, causas ardentes!"                                                                                   Reflexão ...