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Resenha: Amor, tradição e cultura em Iracema, de José de Alencar.

Oi, pessoal do Blog!

Bom, já era pra eu ter escrito esse post ontem, porém, estou escrevendo ele hoje, enfim, vim aqui escrever um pouco para vocês sobre a minha leitur
a da obra Iracema, de José de Alencar.

Pra começar, quero deixar escrito que esse livro me enganou um pouquinho, ele é um livro pequeno, pequeno mesmo, típico dos romances de folhetim da época, mas me surpreendeu porque nessa obra, Alencar usou uma linguagem totalmente diferente em relação à que ele usou nos outros livros.

Em Iracema, José de Alencar usou todo o seu conhecimento sobre o sertão, desde ervas e tribos até rituais e lendas, o que tornou a leitura uma enorme fonte de conhecimento e de análise daquela época, aliás, o romance faz uma trilogia com “O Guarani” e “Ubirajara”, que formam os chamados romances indianistas de Alencar.

No início foi complicado entender o contexto e até mesmo o enredo por causa daquelas palavras diferentes e como eu não gosto de parar de ler para ir ler nota rodapé, posso dizer que no começo a leitura é pesada. Sim, leitores, pesada.

Passados uns oito capítulos (os capítulos são pequenos), você já se acostuma, algumas palavras e termos se repetem, aí fica tudo bem.

O enredo é bem diferente dos outros livros. Sem dar “spoiler”, conta a história do “branco” Martim, perdido e ferido na floresta e que é ajudado por uma índia chamada Iracema, a qual ele se vê apaixonado. Ele é levado pela índia até a sua tribo, é bem acolhido, porém, Iracema é uma índia que não poderia ter marido, mas ambos estão apaixonados. Tem uma pitada de amor proibido e daí pra frente, quem já leu alguns livros do romantismo já pode ter uma ideia.

Apesar de, como eu disse, ele ser um pouco diferente, é um livro bom. Não chega nem perto de um “Senhora”, nem de um “Lucíola”, mas ta valendo.

Espero que tenham gostado, alguma pergunta ou crítica, deixe nos comentários. Siga o Blog e curtam a Page.

Até mais!


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