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Resenha: Ódio e amor, rispidez e carinho em Diva, de José de Alencar.

Oi pessoal do Blog! Tudo bem?

Novamente, antes de mais nada, quero agradacer muito à vocês que curtiram a página que já chegou a cem curtidas, muito obrigado mesmo, eu não esperava tantas curtidas assim em tão pouco tempo.

Mas vamos a resenha. Confesso as vocês que o livro Diva, não o livro, mas o romantismo em si já estavam, sim, eu disse estavam, me enjoando, aquele modelo pronto: recalque, a moça extremamente linda e pronta para casar, os ciúmes, as palavras, as metáforas. Mas vocês vão me dizer: seu idiota, é isso que é o Romantismo! Eu sei que isso é o Romantismo, só que tem coisas que a gente não gosta por inteiro, não sei se vocês vão me entender, é como se fosse assim: Realismo também segue um modelo pronto, porém esse modelo pronto me agrada, por mais que seja repetitivo. É isso que acontece no romantismo e é o que eu acho.

Mas vocês vão notar que eu disse que "estava" não gostando mais do Romantismo, o que fez e faz com que eu não goste dele por inteiro e só não goste das partes dramáticas, é as engenhosas cenas e surpresas que os autores introduzem na trama, é o que acontece em Diva, situações essas, que te fazem rir e até mesmo se surpreender. Por isso fica determinado: gosto do romantismo, porém concordo que ele exagera no drama, afinal isso é Romantismo, tem que ser romântico.

Diva vai seguir bastante o modelo pronto, apesar de se passar em uma chácara, essa chácara não está longe da corte, pois no livro, as damas freqüentam o teatro na cidade.

Os personagens são uma menina chamada Emília, que quando criança foi salva por um recém formado médico, o Augusto Amaral (meu primo chato, kkkkkk, capaz ), que anos depois volta a corte e se apaixona pela sua paciente que com o passar dos anos se revelou uma mulher extremamente linda. Não foi spoiler, é uma adaptação do que diz atrás do livro.

O que é interessante ressaltar é que o livro se passa entre surtos de amor e ódio, primeiramente ódio e desprezo de Emília para com Augusto e no final de augusto para com Emília. Eles até se tornam amigos, mas amigos somente na intimidade, já que na vida pública eles agem de maneira ríspida.

Ela tem seus altos e baixos, às vezes parece amar, depois parece estar raivosa com seu amor, que um dia lhe salvou. Ela só confessa seu amor quando ela vê que ele realmente vai desistir dela, por causa dos insultos proferidos pela amada, e no final rola até uma briguinha corporal entre os dois (essas partes que os autores introduzem na trama tornam o Romantismo divertido)

Não vi nada de especial e super interessante nesse livro, assim, pra ressaltar, algo de espetacular na trama. O que vocês acharam?

José de Alencar foi descritível como sempre, porém, não de um modo pesado, até estranhei isso, mas enfim, esse livro emparelha com Cinco Minutos e A Viuvinha.

É um livro bom, bem estilo romântico, posso dizer que gostei, apesar de cansar de tantos altos e baixos, mas quando você vai cansar, o livro acaba e isso é bom. Algo me diz que se ele fosse mais uns dez capítulos, a obra não seria tão boa assim, pelo menos na minha opinião.

Amor, ódio, rispidez, ternura, intensidade e ciúmes cercam essa trama de José de Alencar. Afinal, os dois chegam à um consenso de ódio e amor? 

Essa foi mais uma resenha, pessoal, espero que tenham gostado, que tenham se interessado. Alguma crítica ou sugestão? Deixem nos comentários!

Até mais!


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