Oi, pessoal do Blog!
Bom, como prometido, hoje eu vim aqui fazer a
minha resenha sobre o livro O Guarani, de José de Alencar. O livro é
simplesmente sensacional, padrão Senhora, digo Senhora (outro livro de Alencar)
porque quem me acompanha no Blog sabe que eu gostei muito, muito mesmo do livro
Senhora, inclusive foi a minha primeira ressaca literária, ou seja, se está no
padrão Senhora, o livro é bom mesmo. Sem dizer que O Guarani faz uma competição
acirrada com Senhora, muito bom mesmo.
Mas vamos a resenha em si. O livro se passa no
ambiente da Serra dos Órgãos, na região de Minas Gerais, aí mora D. Antônio de
Mariz, um fidalgo português que decidiu construir sua mansão nessa região
isolada devida a um descontentamento particular com o governo (era um bravo
fidalgo português e na época em questão, o Brasil colônia se achava encaixado
na União Ibérica, a qual o Brasil pertencia à Espanha), recusando-se a morar em
uma cidade onde houvesse presença do governo espanhol, ele mesmo dizia que na
sua terra, todos eram portugueses e as leis eram portuguesas.
Integravam a família sua esposa D. Lauriana, a
filha Cecília, seu filho D. Diogo e uma “adotada” chamada Isabel (nessa relação
entre o fidalgo e Isabel tem um segredo que eu não vou contar) e, é claro, como
era de costume, os mancebos que ajudavam na guarnição da casa, das terras e da
família.
A relação era a mais amistosa possível, D.
Antônio de Mariz exercia sobre os seus mancebos um ar superior muito respeitoso
que o colocava acima dos simples serventes, mas sempre em uma relação de
respeito e dignidade, todos o admiravam. Muitas vezes a morada rodeada de
guardas me fez lembra o feudalismo, pois a casa é realmente isolada e os
habitantes sobrevivem de uma economia de subsistência, com exceção das entradas
comandadas por D. Diogo, enfim, todos vivem muito bem, numa relação de extrema
amizade e respeito.
Mas tudo muda com a entrada de dois personagens.
O central, Peri, um índio Goitacá que perde-se de amor pela filha do fidalgo,
Cecília e decide morar junto da família, dedicando um amor sobrenatural à
Cecília e um respeito demasiado à D. Antônio. O segundo é um aventureiro
perdido chamado Loredano (nesse personagem tem um mistério que vocês nem
imaginam), que decide também reunir-se à família e oferecer os seus trabalhos.
O personagem principal é Peri, que como eu disse,
dedica um amor religioso à filha de D. Antônio e sofre com as conspirações de
D. Lauriana para a sua saída da fazenda. O índio é tão apaixonado que ele larga
a sua própria nação para servir à família de Cecília.
Como o livro é um romantismo, tem aquela disputa
entre homens por uma mulher, mas desta vez Alencar escreveu de uma forma
diferente. Há duas competições pela mão de Cecília, uma amigável entre Peri e
um mancebo muito querido por D. Antônio de Mariz, Álvaro e uma não tão amigável
entre Peri e Álvaro, juntamente com Loredano.
Não vou dizer como, mas vou adiantar que a
família trava uma guerra com uma nação de índios canibais, enfrenta uma revolta
interna entre os mancebos e no meio de tudo isso surge uma cena de amor do tipo
Romeu e Julieta.
O livro é grande, mas é uma escrita leve, não sei
se é eu que acostumei com a linguagem do Romantismo, mas nesse livro eu achei
uma linguagem bem leve, usa bem menos gírias que em Iracema, onde o autor
detalhe as cenas com termos indianistas. Nessa obra ele usa bem menos gírias e
usa uma linguagem detalhista, mas um detalhismo agradável, são poucas as vezes
que ele usa aquele detalhismo extenso, usa o necessário.
Nessa obra eu também notei uma semelhança com
Senhora. Os chamados “flashbacks” são muito usados e são usados de uma forma
certa e que não confunde, bem pelo contrário, como no caso do passado de
Loredano, mas esse jogo de “flashback” não tem a mesma estrutura que em Senhora,
onde eram bem organizados, dessa vez eles aparecem no meio do capítulo, mas o
entendimento é garantido. Esse tipo de escrita é muito bem empregado para descrever as cenas atuais ou como se deram as cenas atuais e o passado de alguns personagens.
Gostei muito, recomendo esse clássico da
literatura brasileira, vale muito a pena ler. Senhora e O Guarani são os melhores de Alencar.
Espero que vocês tenham gostado e que tenham tido
vontade ler. Críticas e sugestões deixem nos comentários! Curtam a page e sigam
o Blog!
Até mais!
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