A Revolução Francesa é conhecida por derrotar os velhos
regimes da Europa, iniciada em 1789, a partir de uma revolta popular e um
grande levante à Bastilha e posteriormente à Versalhes, recebe o título de
fundadora do estado de leis atual ou pelo menos a fornecedora dos seus
princípios. O título é valido.
Um dos últimos regimes a resistir à ascensão do Liberalismo
foi a Rússia, um grande império chefiada por um Czar, que em termos de leis e
atitudes se comparava a um rei absolutista, era esse, Nicolau II.
A Revolução Francesa nos deu os códigos atuais, a chamada
“Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” e forneceu ao povo europeu toda
a força revolucionária. Estudar o processo revolucionário da França não é o
objetivo deste texto.
É errôneo afirmar que a Revolução Francesa não é uma das
mais importantes revoluções, pois foi a partir dela, que se expandiram os
ideais revolucionários e correntes ideológicas de liberdade espantosas, nunca
vistas antes, obrigando todos os países absolutistas da Europa a financiar uma
gigantesca contra-revolução (em vão), para deter o avanço da Revolução.
A Revolução Russa foi a responsável pela consolidação do
Marxismo e o então Socialismo e Comunismo de Marx e Engels. Provavelmente sem
ela, essas ideologias levariam muito tempo a se disseminarem, uma vez que a
Alemanha não se encontrava madura para uma ação comunista. A Rússia, pelo
contrário, estava farta do Czarismo de Nicolau II e já se via atrasada perante
as outras potências.
A adoção do Comunismo como regime da Revolução Russa, após a
derrubada do governo provisório,só se deu por causa do líder bolchevique Lênin,
um bolchevique adepto incondicional dos ideais marxistas e consciente de que somente
o Comunismo seria capaz de mudar a Rússia. Trótsky, seu amigo também adepto do
Comunismo, sabia que o mesmo deveria ser levado ao mundo, criando-se a Terceira
Internacional Comunista ou Comintern. O Comintern foi responsável por levar o
Comunismo a qualquer país que valesse a pena levar.
Dentro de pouco tempo, a Rússia estava controlada e
estabilizada pelos radicais Bolcheviques (aqueles consciente da necessidade do
Socialismo) e graças a Lênin, estava madura para entrar na gloriosa Era Soviética.
Países importantes como Cuba, China, Coréia e as Repúblicas do norte da Ásia
estavam alinhadas no eixo comunista de Moscou.
É claro que os ideais da Revolução Francesa também foram
levados a outros países, como por exemplo, ao Haiti, sob o comando de Toussaint
Louverture e à Arábia de Mohammed Ali, mas não em escalas tão grandes e capazes
de adquirir pleno êxito, apesar da bem sucedida campanha de Louverture e Mohammed
Ali.
O plano de levar o Comunismo a um mundo cansado da Segunda
Guerra Mundial e farto de passar fome só foi impedido anos mais tarde, quando
Stalin decidiu fechar as influências ideológicas do Comunismo russo ao mundo.
Mas quem foi mais importante? A resposta é simples e
invariável a qualquer historiador consciente de como se deu os fatos.
Na história seguimos uma linha do tempo e a mesma nos diz e
nos dá inúmeras provas de que a Revolução Francesa é a mais importante. Foi ela
quem forneceu toda a literatura e toda a tática de revolução usada
posteriormente pelo povo russo, guiado por intelectuais conscientes dos valores
“Liberdade, Igualdade e Humanidade”. Marx teve o seu papel importante, porém,
sem a França de 1789, o seu Manifesto encontraria um mundo mais rochoso e mais
difícil de lapidar.
As duas revoluções foram importantes, cada uma com a sua
importante contribuição, mas afirmar que a Revolução Francesa foi menos
importante que a Revolução Russa, é afirmar que o canhão veio antes da pólvora.
Fato é que se houve uma revolução na Rússia, a mesma é consequência
da Francesa, uma vez que foi ela quem forneceu os seus ideais.
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