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Resenha: O Grande Gatsby, de F. Scott. Fitzgerald.

Bom, vou começar escrevendo um pouco sobre o autor. F. Scott. Fitzgerald foi um cronista e escritor norte-americano que escreveu sua obra nos trinta primeiros anos do século passado. Ele foi muito influenciado pelo pós-guerra e consequentemente pela era de prosperidade que se seguiu para os E.U.A.. 

O Grande Gatsby foi publicado em 1924, mas a história se passa por volta de 1922 e vai trazer o personagem principal que também é narrador, Nick Carraway. Nick é do leste dos EUA, mas se muda para uma localidade perto de Nova York chamada Long Island, lá ele só tem uma prima, a Daisy, uma mulher rica casada com um homem de negócios chamado Tom Buchanan.

Nick se muda para uma casa muito simples, porém, em um bairro nobre e cercado de mansões, uma delas, pertence ao Gatsby. Logo ele vai notar que Gatsby promove grandes festas abertas ao público. Ele recebe um convite para uma dessas grandes festas e é lá que ele conhece a figura do Gatsby. Gatsby por sua vez, é um homem cheio de mistérios, ninguém sabia ao certo como ele tinha conseguido tamanha fortuna e o que é mais curioso, ele raramente comparecia às suas próprias festas, muitas vezes preferia ficar observando de longe, no seu iate.

Enfim, Nick começa a sair com Gatsby e os dois se tornam muito amigos. Em dado momento do livro, Gatsby decide contar para o seu amigo a versão mais próxima da verdade sobre a sua vida, conta também que é apaixonado pela sua prima Daisy, um amor da juventude, antes dele ir lutar na Guerra. Aproveitando a ocasião, pede também que Nick ajude ele a se encontrar com a sua prima, escondido do Tom. Nick também se apaixona pela amiga da sua prima, Jordan Baker, uma linda jogadora de golf.

Sobre a ambientação do livro, ele se passa durante a era de ouro dos EUA, quando o mesmo enriqueceu devido à guerra. Retrata também a Era do Jazz, quando surgiu o estilo musical, quando a sociedade voltou a se reunir, os salários aumentaram, o mercado se democratizou, enfim, uma era de riqueza. Por uma questão histórica, o próprio livro diz que o autor, bem como os personagens, pertencem a era perdida da juventude, porque realmente foi um período de curta de estabilidade, entre o fim da Primeira Guerra Mundial e o começo da Grande Depressão (1918-1929), onde tudo de bom que se viveu, se perdeu. A trama vai se desenrolar entre Nova York e essa localidade de Long Island, bem como West Egg e também vai surgir aí alguns personagens X que determinarão certos acontecimentos que determinarão o fim.

O livro é pequeno e sim, posso dizer com toda certeza, ele é sensacional. São poucos capítulos, mas ele integra muito o momento histórico e social e em cima disso cria uma crítica a toda a sociedade e aos laços afetivos estabelecidos devido ao consumismo ou ao status social, ele em si, é um livro de caráter crítico, o acontecimento final é uma pesada crítica à sociedade.

Não posso deixar de escrever que os últimos dois capítulos é aonde vai acontecer o clímax, literalmente. Em minha opinião, todos os fatos relatados anteriormente se alinham com o brilhante final. Os últimos dois capítulos além de conter o desfecho contêm uma rica reflexão, novamente crítica, à sociedade e os seus componentes e a última frase desse livro é simplesmente a melhor, porém, eu não aconselho que vocês leiam antes a frase, porque senão o sentido do livro se perde, se você chegar no final já sabendo a última frase, não vai ter graça.

Concluindo, esse foi um dos poucos livros que me fez parar e dizer: “É verdade”. E foi um dos mais poucos que indiretamente relatou um momento que eu já passei ou que estou passando, tudo indiretamente, é claro, porque eu não conheci nenhum Gatsby. Um livro que eu recomendo a todos ler, não é grande, tampouco cansativo.

Espero que tenham gostado, se gostaram, compartilhem!



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