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Resenha: Um certo Capitão Rodrigo, de Erico Verissimo

Oi, pessoal do Blog!

Bom, hoje eu vim aqui resenhar um pouco sobre o personagem Capitão Rodrigo Cambará, do livro Continente I da coleção O Tempo e O Vento.

Quem acompanha o Blog sabe que eu estou resenhando os personagens, ou melhor, somente Ana Terra (essa é um exceção, pois foi uma análise e não uma resenha) e o então Capitão Rodrigo Cambará.

Rodrigo ou capitão Rodrigo é um bravo combatente de guerra, muito efusivo e divertido, “Buenas e me espalho...” dizia sempre. Recém chegado na cidadela de Santa Fé, foi muito mau visto pelos moradores, pois o nosso capitão tinha uma aparência de festeiro e isso não se encaixava no cotidiano da vida daquela gente pacata.

Mas aos poucos, com o seu violão, a sua voz e simpatia, ele vai conquistando aquela gente, porém, foi uma conquista recíproca, pois a bela Bibiana ( a qual recusará um casamento com o “melhor” homem da cidade, Bento Amaral) despertou-lhe muito entusiasmo, entusiasmo até em demasia. O problema é que o pai da moça, Pedro Terra (adivinhem filho de quem?) fazia parte das pessoas que não se davam bem com Cap. Rodrigo, enfim, uma história e tanto.

Rodrigo consegue, com a ajuda do padre da cidade, conversar com a família de Bibiana e consegue casar-se com ela, uma vez que a mesma confessará ao pai, Pedro Terra, que amava Rodrigo.

Mas há aí uma rivalidade entre Bento Amaral, filho do Cel. Ricardo Amaral e o nosso personagem, pois ambos desejavam a mão da moça, sendo que Bibiana já recusará casar-se com Bento. Essa rivalidade vem a culminar quando é declarada a Guerra dos Farrapos, pois Cap. Rodrigo volta aos seus tempos de guerra, une-se a Bento Gonçalves e tenta tomar Santa Fé a favor dos liberais, mas encontra na rígida família do Cel. Ricardo Amaral e seu filho Bento Amaral, um obstáculo, pois essa família simpatizava com a monarquia.

Mantendo o mesmo detalhismo digno de Erico Verissimo, ele nos conta agora a história dos contemporâneos de Ana Terra, com a mesma narrativa apaixonada pelo Rio Grande do Sul, essa narrativa que nos prende certa forma, como que se estivéssemos dentro do Continente de São Pedro. Realmente, esse não é um livro, mas sim uma obra memorável e que nunca deve ser esquecida, pois são os registros mais ricos da nossa terra, porque não foram escritos por historiadores e pessoas “de fora”, mas sim, foram escritos por um gaúcho, um registro escrito da nossa gente.

Quem é gaúcho e leu ao menos Ana Terra, sabe como é ver os seus costumes atuais estarem escritos em um livro, as sua gírias serem usadas nos diálogos, sabem o prazer que nos dá saber que isso não é de agora, mas sim de tempos muito antigos, costumes antigos que são preservados até hoje, com muito orgulho. Em certas narrativas, como aquela do final do capítulo "Um certo Capitão Rodrigo”, que contém um diálogo entre um conhecido e a sobrinha de Ana Terra, Picucha Terra Fagundes, nos causam (não sei se é porque sou gaúcho) uma comoção de ver a inocência daquela velhinha, com tanto medo de que tivesse outra guerra e que apesar de estar com um estranho, não deixava de oferecer uma cuia de mate ou qualquer outro doce.

Acho que nunca tinha sentido tanto orgulho de ser gaúcho, como senti lendo esse capítulo e estou mais motivado a terminal logo todo o livro. Chegou dar vontade de sair gritando: sou gaúcho! Sou gaúcho!

Sem dúvidas, um livro sensacional e que vale muito a pena ler!

Espero que tenham gostado da resenha. Dicas e perguntas deixem nos comentários! Curtam a Page e sigam o Blog! Compartilhem com os amigos!

Até mais!

Crédito da imagem: www.otempoeoventoofilme.com

Comentários

  1. Achei bem pouco complexo esse seu comentário.Deveria melhorar a qualidade dos posts.

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    1. Oi. Que pena você não ter gostado, se achou tão pouco complexo, deveria procurar por blogs que saciem toda a sua "complexidade".

      Excluir

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