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Mostrando postagens de julho, 2014

Projeto dos Contos 12/12: O Alienista.

Conclusão! 12/12 Antes de mais nada, O Alienista ele é um conto bem comprido, claro que não é um livro, mas para o formato de conto, ele é bem grande. Tão é, que alguns estudiosos afirmam ser O Alienista uma novela, fica aí para discussão. Em O Alienista, narrado em terceira pessoa, vai ter o personagem de um homem muito ilustre, Simão Bacamarte. Médico muito estudioso, ele decide largar as áreas mais estudadas da medicina para estudar a psicologia, todas essas teorias que fundamentam o pensamento humano. Por envolver muito as ciências nesse conto, a crítica se concentra no cientificismo da época e a uma “ditadura” da ciência que foi introduzida aí nessa segunda metade do século XIX. Bem no começo do conto. Esse personagem central vai deixar bem claro o quanto ele sente por essas pessoas que beiram a loucura e a necessidade que ele sente de construir um local de apoio as pessoas que padecem da loucura ou de outras patologias relativas à mente. Daí parte a iniciativa de

Projeto dos Contos 10/12 e 11/12: O Caso da Vara + Noite de Almirante.

Estamos quase finalizando o Projeto dos Contos aqui no Blog. Hoje novamente eu vou fazer um post para dois contos, não que eles estabeleçam relação de interdependência, nem nada, mas realmente para adiantar, não que eu esteja com pressa. O Alienista, na introdução da edição, já dizia que era mais uma novela do que um conto e que havia uma discussão sobre isso, enfim, O Alienista é um pouco mais comprido, então talvez hoje eu faça esse post com dois contos e poste o último somente sábado. Eu gostei muito do final de O Caso da Vara. posso dizer para vocês que quando foi apresentado no cenário aquele meninos fugindo do seminário, aí ele procura ajuda na casa de uma senhora, Dona Lucrécia, amiga do seu padrinho, mas enfim, que Machado diz que essa tal senhora tinha quarenta anos, mas aparentava vinte e sete, eu achei que teria uma relacionamento entre Damião e essa senhora. Deve ser influência do outro conto. Mas enfim, Damião é um dos muitos meninos obrigados a ir para o seminário. Ao

Projeto dos Contos 8/12 e 9/12: Cantiga de Esponsais + Uns Braços

Bom, como vocês devem ter notado, estou fazendo dois contos em somente um post. Isso porque o conto "Cantiga de Esponsais" vai se assemelhar bastante aos demais e vai ter uma resenha bem curta mesmo e depois porque eu quero adiantar um pouco mais o projeto. Mas vamos lá. Cantiga de Esponsais novamente vai explorar as vontades, ou melhor, vai tentar delinear como se dão essas forças através de um personagem. Dessa vez o conto é em terceira pessoa, ou seja, vai ser narrado por um observados da situação. Romão é um senhor já de idade muito conhecido em uma pequena cidade por conduzir a ópera que introduzia as missas. Tinha as suas qualidades reconhecidas, mas se assemelhava ao personagem de "Um Homem Célebre", nunca havia composto uma obra própria. porém dessa vez, diferente do personagem do outro conto, Romão tem ideias e sente a emoção necessária para compor, mas não consegue colocar no papel a obra. Enfim, a pequena trama vai se desenrolar nessa tentativa. Vale

Projeto dos Contos 7/12: Conto de Escola

Vamos lá! Já passou da metade 7/12! Em Conto de Escola, Machado traz o narrador-personagem Pilar, um menino, aliás, não fica bem claro se ele já é um adolescente, mas acho que não. Pilar vai relatar um pequeno episódio da sua vida escolar, quando Raimundo, o filho do professor que era meio atrasado na escola, lhe oferece uma moeda em troca do esclarecimento de uma matéria que ele não entendeu. Vale lembrar que o professor era mais rígido com o seu filho Raimundo e que o mesmo tinha dificuldades de aprendizado. É com base nesse suborno que vai se dar a história. Durante a troca, digamos assim, Curvelo, um outro aluno decide entregar a relação dos alunos ao professor. E escola naquela época era bem diferente, aliás, Machado relata bem aquela questão da palmatória e tudo mais. Vocês vão ter que ler para descobrir o que acontece, mas do acontecimento final vai partir aquela crítica das entrelinhas. É na conclusão feita pelo personagem que fica evidenciado duas características dos

Projeto dos contos 6/12: Teoria do Medalhão.

Antes de começar essa resenha, quero deixar bem claro que esse foi o primeiro conto do Machado que eu tive dificuldades de entender. Li uma vez entendendo muito pouco, terminada a primeira, recorri às analises na internet e depois retomei o conto para uma segunda leitura, dessa vez com sucesso. Ainda bem que eu não deixei de ler. Posso não ter entendido na primeira vez, mas esse conto se tornou um dos meus mais preferidos e um dos que mais abarca idéias sobre a sociedade. A história vai se dar em forma de um diálogo entre Janjão e seu pai. Janjão acabou de completar 21 anos e após o seu jantar de aniversário, teve uma conversa com o seu pai. O teor da conversa nada mais era um pequeno guia de como se tornar um medalhão. Um medalhão era um homem rico e bem sucedido na sua profissão. Em dado momento, o pai adverte que era seu sonho ter sido medalhão e retrata como é frustrante estar velho e não ser um medalhão e também deixa bem claro ao filho a necessidade de se tronar um.

Projeto dos Contos 5/12: Missa do Galo.

Quase na metade! 5/12! Nogueira, é um jovem estudante do interior que foi passar alguns dias na casa do ex-marido de sua irmã, no Rio de Janeiro. Lá ele foi ele acolhido muito bem, tomou conhecimento dos divertimentos da cidade e foi bem acolhido pelo casal Chiquinho e Conceição. Chiquinho por sua vez vai dar o toque realista. Ele sai algumas noites, com a desculpa de ir ao teatro, quando na verdade vai trair a sua mulher Conceição, que da sua parte sabe tudo, porém, aceita "normalmente". Já dá para ter uma ideia do porque que foi usado as aspas. Conceição é retratada pelo narrador personagem como uma mulher calma, nem bela, nem feia, aprazível. Tudo até aí está nos conformes. O casal, típico da época, usava as escapadas do marido para equilibrar a relação. Mas como em Machado nada é o que parece, ele vai fazer um desmascaramento dessa personagem tão inocente. Uma das maiores curiosidades de Nogueira, era ir assistir a missa do galo. Ele decide ir junto com um viz

Projeto dos Contos 4/12: Pai Contra Mãe

WOW! 4/12! Só para avisar, seria bom vocês lerem essa resenha depois de ler o conto, porque eu to com mais vontade de escrever sobre ele do que sobre o que acontece nele. É nítido que é um conto crítico contra a escravidão no Brasil e contra essa cultura que parece atravessar as décadas em diferente formas. Fazendo uso de um casal pobre da época. Candinho e Clara, Machado vai tentar retratar todas as dificuldades de uma família pobre no Brasil. Candinho é um caçador de escravos, o seu desejo sempre foi ter um filho homem. Casou-se com Clara, em más condições financeiras, mas enfim, eram só dois e uma tia de clara. Alguns meses depois vem o tão esperado filho e junto a miséria para os quatro: aumento de despesas e tudo mais. Na ânsia de achar uma escrava que era muito importante e tudo mais, Candinho vai acabar presenciando um aborto e esse aborto e dessa tal escrava, ela vai abortar logo depois de ser pega e entregue ao seu senhor. No final do conto, Candinho va

Projeto dos Contos 3/12: O Espelho, Esboço de uma nova teoria da alma humana.

Quem aí nunca precisou pôr uma roupa bonita para se sentir bem ou melhorar o humor? E quem já ficou obsessivo com essa mania? É isso que Machado vai explorar nesse conto, a necessidade Tudo vai começar em uma típica discussão burguesa do final do século XIX. Quatro, ou melhor, cinco cavalheiros discutiam os rumos da ciência e as características e formas da metafísica. porém, um deles, Jacobina não discutia, se detinha a leves confirmações com a cabeça. Só para esclarecer, Jacobina aqui no conto é um homem e sabe-se lá porque que ele se chamava com o feminino dos revolucionários franceses. E discussão no sentido de debate, eles não estavam saindo no braço. Em dado momento da discussão, os amigos na roda, questionam Jacobina sobre a natureza da alma. Jacobina responde que não há apenas uma, mas duas. Aí é o ponto de partida: daí pra frente Jacobina assume o debate com a sua narração de um fato do seu passado, quando havia sido nomeado alferes e foi muito apreciado pela família e am

Projeto dos Contos 2/12: Um Homem Célebre.

A partir do segundo conto já é notável o sentido de unidade usado pelo autor(pode ser que ele não use nos próximos). mas a ordem costuma ser apresentar o ano em que vai se passar, os personagens, sem o uso da descrição prolongada (chega a haver ausência da mesma) e a situação problema. O Conto um Homem Célebre vai trazer o personagem central e um dos poucos. pestana. Pestana é um pianista e compositor apaixonado pela música clássica. inclusive, ele tem uma sala, que não ficou muito claro se é o quarto dele ou é um espaço a parte, enfim, um espaço somente com quadros dos compositores famosos e apenas um se difere, que é o de um padre que criou ele e que dizem que era pai dele. enfim, Pestana é um grande admirador de música cássica, porém, ele só consegue compor as chamadas polcas, que eram modinhas populares tocadas no piano. a princípio ele até consegue algo mais erudito, mas ele caba sempre compondo uma polca. O curioso é que as modinhas compostas por ele fazem muito sucesso, el

Projeto dos Contos 1/12: A cartomante

Começando então o projeto dos contos, lá vai o primeiro! A Cartomante vai ser o típico conto do Realismo, escrito pelo seu melhor autor. Vai trazer os personagens Vilela, Camilo e Rita. Vilela é casado com Rita e é amigo do Camilo. Mas para dar aquele toque Realista, a história já não é mais comportada. Rita tem os seus entrelaces amorosos com Camilo, a mulher do seu melhor amigo. Os dos já mantendo as relações às escondidas, veem p seu amor ameaçado pro supostas cartas ameaçadoras dirigidas à Camilo acusando de trair o seu amigo. O detalhe se dá no começo do conto, onde Machado inicia com a conhecida frase de Hamlet "Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a filosofia". A frase é referente ao quanto o personagem Camilo, com as sua crenças todas mortas, em contraposto à Rita, que acredita fielmente em uma cartomante, refere-se também a todo o jogo que vai ser construído no conto, onde o que antes era tido como seguro para o casal de amantes, passou a ser

Resenha: Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva.

Sempre me recomendavam ler Feliz Ano Velho, desde a professora de português com o argumento do livro falar muito sobre a ditadura no Brasil, até amigos alegando as cenas engraçadas e momentos divertidos e claro, a lição implícita na história. Por minha parte, sempre tentava retirar na biblioteca da escola. Na semana passada eu consegui e posso dizer, eles estavam certos. A história é basicamente a história do autor, Marcelo Rubens Paiva. O livro vai começar narrando o seu acidente, onde ele estava com os seus amigos e numa brincadeira boba, saltou em um lago de cerca de meio metro de profundidade, quebrando a coluna, é daí que vão partir os fatos. Ele narra toda a sua trajetória, desde a chegada no hospital, a difícil recuperação e o mais legal, ele conta verdadeiramente (é o que parece, pelo menos) o que ele sente e o que ele pensa. Toda a descrição da recuperação, os quartos do hospital, a cama, a sonda, o soro, enfim, tudo é feita entrelaçada com fatos do seu passado. D

Projeto dos Contos.

Machado de Assis é um autor que se aventurou em diferentes gêneros: romances, crônicas e contos. E desenvolveu diversos trabalhos referentes à escrita: críticas e traduções. Foram resenhados aqui no Blog a sua tríade digamos assim, dos seus romances mais importantes: Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba. Enfim, teria e tem muitos outros romances para resenhar, mas decidi começar os contos. Como é de costume, quero compartilhar esses contos com vocês e aproveitando as férias fazer um pequeno projeto aqui no blog. O livro contém os contos mais importantes, são ao todo doze. Vou tentar ler um por dia, resenhar e postar aqui no Blog, tentando mostrar a escrita, o emprego do cenário e tentar descrever um pouco das complexas personalidades dos personagens. Segue aí então, o modelo da resenha e os contos que vão ser resenhados: Enredo (cenário, ambiente) Personagens (complexidade psicológica) Escrita Opinião Os Contos: A Cartoman

Meio crônica #1

Li uma entrevista do psicólogo Contardo Calligaris ao jornal Zero Hora e na entrevista o cara contava como era ser jovem quando ele era jovem. Contou que na sua época, sem neuras, sem sociedade, sem moralismo, havia liberdade. Sexo não era perigoso e cheio de recomendações que hoje a sociedade impõe (claro, para o bem de todos, será?). Tentando reproduzir o que ele disse, sexo era sem neuras, era só por a língua e curtir. O cara é sensacional. Estou terminando o livro Feliz Ano velho, de Marcelo Rubens Paiva, que aliás, pretendo resenhar aqui. Além da escrita, esse cara é também, muito sensacional. Naquilo que é a sua pequena biografia, o cara usa uma escrita leve e desprendida das normas cultas da língua (pra que normal, afinal?), dando um certo tom de subjetivismo. Mas o que é realmente sensacional é como ele retrata a sua juventude e isso é realmente sensacional. Eles também eram desprendidos de neuras e dos malditos, sim, malditos moralismos sociais e religiosos. No livro, a j

Machado #3: Dom Casmurro + Capitu traiu?

Dom Casmurro, seria até desnecessário dizer, é um clássico da literatura. Sim, da literatura universal, não somente da brasileira, pois é um dos poucos livros da literatura brasileira que são conhecidos (muito conhecidos) internacionalmente. Com uma escrita pretensiosa, altamente incisiva e crítica à sociedade (e também as emoções do homem), Machado de Assis traz os dois personagens, traz a paixão de infância, capaz de tudo, Capitu e Bentinho. Ambos se conheciam desde pequenos, moravam em Matacavalos, um bairro que equivaleria a uma classe estável. Como escrevi, foram criados desde cedo juntos e aprenderam ou melhor, cativaram desde muito cedo o carinho mútuo e o amor recíproco, consequentemente, o senso de domínio. Um era posse do outro e qualquer ameaça ao território de um deles era motivo para desconfianças e imediatas retaliações: olhos dissimulados e rápidos períodos sem se falar. As desconfianças vinham desde que os personagens eram pequenos. Logo na infância, quando Cap

GIBIS!

Quem nunca leu um gibi que se acuse. Para mim, os gibis foram o princípio de tudo, sempre gostei de todos os tipos. É claro que eu tenho os meus preferidos, lá vão eles: Turma da Mônica e Tex. Turma da Mônica foram os primeiros, o mais antigo que eu tenho é um almanaque do Cebolinha. Lembro que quando eu era criança, sempre que tinha dinheiro, qualquer trocado (naquela época, os gibis custavam apenas 1.50, no máximo 2.00), já corria para banca comprar um. Dos gibis da Turma da Mônica, os personagens que eu mais gosto são o Cebolinha e o Chico Bento. Não sei porque, sempre me identifiquei com o Cebolinha, também me achava bagunceiro naquela idade. Em contraponto, sempre fui muito simples, o que me fez gostar também do Chico Bento (e não, eu não tenho sotaque), quem não se encantaria pelo membro da turminha mais longe das tecnologias e da cidade? Ficava sempre esperando a parte em que ele roubava as goiabas ou fugia da onça. Acredito ter as edições mais importantes da Tu