Antes de mais nada, O Alienista ele é um conto bem comprido,
claro que não é um livro, mas para o formato de conto, ele é bem grande. Tão é, que alguns estudiosos afirmam ser O Alienista uma novela, fica aí para
discussão.
Em O Alienista, narrado em terceira pessoa, vai ter o
personagem de um homem muito ilustre, Simão Bacamarte. Médico muito estudioso,
ele decide largar as áreas mais estudadas da medicina para estudar a
psicologia, todas essas teorias que fundamentam o pensamento humano.
Por envolver muito as ciências nesse conto, a crítica se
concentra no cientificismo da época e a uma “ditadura” da ciência que foi introduzida
aí nessa segunda metade do século XIX.
Bem no começo do conto. Esse personagem central vai deixar
bem claro o quanto ele sente por essas pessoas que beiram a loucura e a
necessidade que ele sente de construir um local de apoio as pessoas que padecem
da loucura ou de outras patologias relativas à mente. Daí parte a iniciativa de
construir um hospício na pequena cidade de Itaguaí.
Há os personagens secundários que é a esposa do Simão
Bacamarte D. Evarista, o seu assessor Crispim Soares, o padre da cidade e a
Câmara. Toda a narrativa então se desenvolve em cima desses elementos.
Construída a o hospício que recebe o nome de Casa Verde, vai começar a parte mais
emocionante, quando o título de alienista realmente se torna cabível a Simão
Bacamarte. O cara simplesmente decide que é necessário internar todo mundo. Ele
começa a se dedicar cada vez mais ao estudo das patologias psíquicas e começa a
deixar as outras pessoas de lado, tanto que qualquer comportamento estranho por
parte de um morador se torna motivo para um “retiro” na Casa Verde.
Mas ainda vai ter muitas reviravoltas nessa trama. Para
vocês terem uma noção, o alienista chegou a internar a própria mulher e o
presidente da Câmara.
A surpresa do conto vai se dar depois de uma revolta
comandada pela população contra Simão Bacamarte e as suas teorias (ele formula
muitas teorias) e é a partir daí que o hospício vai ter um fim diferente, bem
como o alienista. Só para deixar vocês com curiosidade, o final é monótono e te
deixa meio assim: “Ã? É isso mesmo? Só isso?”. Mas Machado é Machado, é só ler
com atenção que vocês vão notar mais coisas.
Concluindo, em minha opinião, acho que nesse conto tem mais
reflexões nas entrelinhas. Machado se dedica bastante na construção desse personagem
tão cético em relação às emoções e dedicado as ciências. Enfim, não sei se consegui
passar bem a atmosfera do conto nessa resenha. Vocês precisam ler para ter
noção e novamente eu acho que uma segunda leitura não cairia mal. Quem sabe
mais pra frente.
Bom, essa foi a última resenha dos contos. Eu gostei muito
de fazer esse projeto, ele teve uma boa receptividade por parte de vocês, teve
um bom número de visualizações. Foi a primeira vez que eu tentei algo desse
tipo, com esse compromisso diário de resenha, mas enfim, acho que me dei bem e
essa experiência rendeu tantas visualizações que eu já estou preparando uma novidade
pra daqui alguns dias, logo vocês vão saber.
Enfim, obrigado por acompanharem as resenhas, um obrigado
maior ainda aqueles que leram também os contos e se aventuraram nessa tarefa de
desvendar as entrelinhas desse tão (não sei que palavra usar) autor.
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