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Projeto dos Contos 2/12: Um Homem Célebre.

A partir do segundo conto já é notável o sentido de unidade usado pelo autor(pode ser que ele não use nos próximos). mas a ordem costuma ser apresentar o ano em que vai se passar, os personagens, sem o uso da descrição prolongada (chega a haver ausência da mesma) e a situação problema.

O Conto um Homem Célebre vai trazer o personagem central e um dos poucos. pestana. Pestana é um pianista e compositor apaixonado pela música clássica. inclusive, ele tem uma sala, que não ficou muito claro se é o quarto dele ou é um espaço a parte, enfim, um espaço somente com quadros dos compositores famosos e apenas um se difere, que é o de um padre que criou ele e que dizem que era pai dele.

enfim, Pestana é um grande admirador de música cássica, porém, ele só consegue compor as chamadas polcas, que eram modinhas populares tocadas no piano. a princípio ele até consegue algo mais erudito, mas ele caba sempre compondo uma polca.

O curioso é que as modinhas compostas por ele fazem muito sucesso, ele é aclamado nos bailes, as polcas tocam em todas as festas, mas enfim, não é o que ele quer.

Ele vai se casar e junto com o casamento ele espera que venha a inspiração. a inspiração veio, ele compôs o que seria um clássico, mas vai acontecer um fato com a sua esposa que vai estragar com a composição, aí vocês vão ter que ler para saber.

A escrita, como eu disse, mantêm a unidade e toda a descrição que é desprezada nos personagens, é usada para expressar o psicológico dos mesmo. nesse caso, ele se aprofunda mais no personagem central que passa a ter certas alucinações com as sua modinhas.

Já nos primeiros parágrafos fica claro o contraste de desejos que se passa no Pestana, o de ser feliz com o sucesso das modas populares e a tristeza não conseguir compor algo mais clássico. na minha opinião, machado quis sintetizar e ao mesmo tempo contrapor os sentimentos e deveres do homem com ele mesmo e com a sociedade. Só para lembras, esse conflito pessoal do personagem com os deveres da sociedade está implícito na narrativa, não tá escrito lá que o cara faz uma contraposição de desejo e dever.

Gostei bastante desse conto, ele não tem nada de surpreendente como ocorre em A Cartomante, mas ao final, no último parágrafo há algo de moral implícito, como se fosse um se preocupe com os seus anceios, sem agradar a sociedade.

E o próximo, será que é bom?

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