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Só para avisar, seria bom vocês lerem essa resenha depois de ler o conto, porque eu to com mais vontade de escrever sobre ele do que sobre o que acontece nele.
É nítido que é um conto crítico contra a escravidão no Brasil e contra essa cultura que parece atravessar as décadas em diferente formas.
Fazendo uso de um casal pobre da época. Candinho e Clara, Machado vai tentar retratar todas as dificuldades de uma família pobre no Brasil. Candinho é um caçador de escravos, o seu desejo sempre foi ter um filho homem. Casou-se com Clara, em más condições financeiras, mas enfim, eram só dois e uma tia de clara.
Alguns meses depois vem o tão esperado filho e junto a miséria para os quatro: aumento de despesas e tudo mais.
Na ânsia de achar uma escrava que era muito importante e tudo mais, Candinho vai acabar presenciando um aborto e esse aborto e dessa tal escrava, ela vai abortar logo depois de ser pega e entregue ao seu senhor.
No final do conto, Candinho vai ter uma fala que pra mim é o que define o segundo objetivo do conto, dar uma ideia de como a necessidade se sobrepõe à própria humanidade. Mas se vocês leram ou forem ler e achar que não, digam nos comentários.
Mas é isso, na minha opinião esses são os dois eixos de análise, o da necessidade, nesse caso financeira e do que ela provoca no ser humano, aquele instinto particular. E é claro, a crítica à escravatura.
O autor inicia o conto com uma breve descrição do que era usado pelos senhores para castigar os negros e ele deixa uma frase sobre as máscaras usadas pelos mesmos para controlar os vícios dos escravos, porém, o modo como ele coloca a frase, faz lembrar todo aquele esquema do mascaramento das pessoas e dos personagens e o que ele vai fazer depois nos romances e em alguns contos, o chamado desmascaramento, as verdadeiras intenções. Mas quando você for ler vai dar para notar, tá bem no início.
Mas é isso. Esse conto não teve nada de extraordinário não, mas foi um conto bom. Aquela frase das máscaras foi bem usada, mostrou como Machado sabe escrever sobre vários assuntos e temas sem perder o foque da psicologia humana, do modo de ação do ser humano que é mesmo o campo de trabalho e desenvolvimento narrativo do autor.
Coloquei bastante spoiler nessa resenha. Mas vale a pena ler e reler esse conto, principalmente para dar uma repensada no preconceito, que é uma fato enraizado na nossa cultura devido aos tempos de escravidão.
Bom, até o próximo post, rumo ao quinto conto!
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