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Mostrando postagens de 2014

Resenha: Sobre o ofício do escritor, de Arthur Schopenhauer.

“(...) o estilo filosófico de Schopenhauer: saber conjugar a profundidade com clareza, a minúcia da observação com a amplitude dos horizontes, o rigor do raciocínio com a vivacidade da exposição, a verve polêmica com a paixão do conhecimento.”                                                    Excerto da apresentação de Franco Volpi a segunda edição, de 2005 de Sobre o ofício do escritor , pela Editora Martins Fontes. Sobre o oficio do escritor é um livro que compreende três pequenos textos escritos pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer: “Sobre o ofício do escritor” , “Da leitura e dos livros” e “ Da língua e das palavras” . Este pequeno tratado faz parte das Parerga e Paralipomena, obra publicada em 1851 e que atribuiu ao autor o começo do seu êxito literário. Com uma crítica aguçada, uma clareza de estilo e certo tom de humor, que lhe conotam distinção dos idealistas da época, Schopenhauer constrói ao longo da narrativa muito mais além do que um guia para bons escr

O Idiota (romance em quatro partes), de Fiódor Dostoiévski PARTE QUATRO (CONCLUSÃO)

"No seu desejo ardente de distinguir-se, às vezes estava pronto para o salto mais irracional; no entanto, mal conseguia se aproximar do salto irracional, nosso herói sempre se revelava inteligente demais para se atrever a dá-lo. Isso o deixava aniquilado. Tivesse oportunidade, é possível que se decidisse até por uma coisa vil, contanto que conseguisse  algo daquilo com que sonhava; porém, como se fosse de propósito, tão logo chegava ao limite sempre se revelava honesto demais para o ato extremamente vil."                                                                                                         Dostoiévski sobre os homens que buscam a originalidade de forma inteligente. Exemplificou  a busca em duas partes, no velho Ívolguin e no seu filho, Gravrila Ardaliónovitch. Como ocorreu na terceira parte, a quarta e última parte do romance O Idiota, de Fiódor Dostoiévski começa com uma breve introdução. O autor dessa vez concentra a sua análise na ênfase da busca

O Idiota (romance em quatro partes), de Fiódor Dostoiévski TERCEIRA PARTE

 "Quem festim é esse, que grande e sempiterna festa é essa que não tem fim e que há muito o vem arrastando, sempre, desde a infância, e à qual ele não encontra meio de juntar-se. Toda manhã nasce o mesmo sol claro; toda manhã há arco-íris na cachoeira; toda tarde a montanha nevada, a mais alta de lá, ao longe, nos confins do céu, arde em uma chama purpúrea (...). E tudo tem o seu caminho, só ele não sabe de nada, não compreende nada, nem as pessoas, nem os sons, é estranho a tudo e é um aborto. Oh, ele, é claro, não pôde falar naquele momento com essas palavras e externar a sua pergunta, atormentava-se de forma surda e muda; mas agora lhe parecia que dissera tudo isso e naquela ocasião (...). Ele estava certo disso e, sabe-se lá, seu coração batia movido por esse pensamento..."                                                Dostoiévski aponta uma lembrança do príncipe Michkím do tempo em que estava se tratando na Suíça. A lembrança foi provocada pela leitura do desconcer

O Idiota (romance em quatro partes), de Fiódor Dostoiévski SEGUNDA PARTE

"E porventura o rosto dela só inspira paixão? Além do mais, aquele rosto pode inspirar paixão até agora? Ele só infunde sofrimento, ele abrange toda a alma, ele... e uma lembrança cruciante e torturante correu de repente pelo coração do príncipe. Sim, é torturante. Ele se lembrou de que ainda há pouco ficara angustiado quando pela primeira vez passou a observar nela sinais de loucura. Naquele instante ele caiu quase em desespero. E como pôde deixá-la no momento em que ela fugia dele para Rogójin? Era a ele que cabia correr atrás dela e não ficar esperanto notícias. Entretanto... será que até hoje Rogójin não notou loucura nela? Hum... Rogójin vê em tudo outras causas, causas ardentes!"                                                                                   Reflexão feita pelo autor sobre os sentimentos do príncipe em relação a fuga de Nastácia Filípovna com Parfen Rogójin. A segunda parte do romance de DDostoiévskicomeça com a viajem do príncipe Michkím

Meio crônica: O amor segundo a literatura.

Temática base para quase toda a produção artística, o amor é e foi ao longo de toda a literatura, não um norte, mas um caminho sempre seguido pelos principais autores. Longe de competir, antes mais complementar, o amor se entrelaça nas mais variadas temáticas. Desde as Guerras Napoleônicas em Guerra e Paz, de Tolstoi, as personagens dramáticas de José de Alencar e as realistas e ambiciosas de Machado de Assis, até a literatura atual dos contos fantásticos e livros que flertam com mundos paralelos e realidades que não existe, o Amor como ele é, ou seja, uma confusão de sentimentos e desejos se mostra presente e até mesmo dominante. Desde os primórdios de toda a humanidade, os letrados parecem dedicar boa parte do seu tempo em expressar em palavras as ambiguidades do sentimento Amor. A literatura universal, e quem a conhece saberá confirmar, constitui um guia teórico como nunca antes visto sobre as abstrações do Amor. A literatura é capaz de fornecer uma série de situações e

O Idiota (romance em quatro partes), de Fiódor Dostoiévski. PRIMEIRA PARTE

"Eu tenho minha concepção de real (em arte), e aquilo que a maioria chama quase de fantástico e excepcional para mim constitui, às vezes, a própria essência do real. (...) Porventura meu fantástico Idiota não é realidade, e ainda mais rotineira!? Ora, é precisamente neste momento que deve haver semelhantes caracteres em nossos segmentos sociais desvinculados da sua terra, segmentos esses que, na realidade, se tornam fantásticos."                                                                                                                                         Resposta de Dostoiévski a uma crítica que qualificava o seu personagem como irreal. Desconstruindo a imagem de volumoso, rebuscado e repleto de convites a altas reflexões, a primeira parte do romance do russo Fiódor Dostoiévski se mostra uma narrativa não densa, mas contínua e que é capaz de envolver o leitor em todos os sentidos. Com um cenário muito bem construído, a primeira parte do romance se dá n

Resenha: O crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós.

“Aí tem o abade uma educação dominada inteiramente pelo absurdo: resistência as mais justas solicitações da natureza, e resistência aos mais elevados movimentos da razão. Preparar um padre é criar um monstro que há-de passar a sua desgraçada existência numa batalha desesperada contra os dois fatos irreversíveis do universo – a força da Matéria e a força da Razão”                                                                                                        Personagem Dr Gouveia sobre o os padres. Nada mais desafiador do que proibir. E o que se mostra mais desafiador ainda em O Crime do Padre Amaro, é ter um meio cheio de proibições e falsas idealizações, que acabam se tornando o terreno de muitos desejos. Se tivesse que escolher um livro realista ou, nesse caso, naturalista, que melhor tivesse descrito a situação de determinismo, escolheria esse, de Eça de Queirós. Os dois personagens são fruto dos meios em que foram criados, isso fica muito claro a partir do

Meio Crônica: A Miséria das Relações.

Recentemente estava conversando com uma amiga sobre literatura. Decidi então contar a ela o que eu senti ao ler os livros do Realismo e o sentimento foi algo que ela confirmou: nada é verdadeiro, tudo é de mentira. Essa é a sensação que se tem quando se lê livros do Realismo que honrem com a escola literária: desolação, uma sensação de que nenhuma relação social é verdadeira, ela é fruto de um interesse. A tese machadiana das duas almas ainda reforça a falsidade das pessoas. Além de você não confiar nas pessoas, você passa a encará-las como um lado, como se fossem um Janos, da mitologia romana. A cereja do bolo fica por conta do Naturalismo que nos coloca sobre um entendimento determinista e demonstra a teoria muito bem embasada de que na realidade nós somos animais, porém nos comportamos por um período de tempo mais longo do que aqueles que são selvagens. É desconstruir rapidamente um entendimento que estava impregnado de romantismo do Romantismo. Apenas um livro do Rom

Resenha: A Era do Capital, de Eric Hobsbawm

A era do capital é o segundo volume da aclamada trilogia do historiador britânico Eric Hobsbawm, tendo ainda o livro Era dos Extremos sobre o século XX. Não é o primeiro livro do Hobsbawm que leio, portanto, não se trata aqui de um primeiro contato. Uma característica que é notável em todos os livros que li e acredito que seja algo inerente à sua forma de narrar os fatos é o escopo. Hobsbawm consegue fazer com primazia aquilo que é totalmente pertencente à história e que é o dever de todo bom estudante de humanas: a capacidade de relacionar. O autor estabelece linhas diretas e verídicas entre fatos que acontecem na Europa e que ecoam no resto do mundo. Essa capacidade de escopo parece se tornar mais afiada a cada volume da trilogia, o que não quer dizer que em determinado livro ele se torna mais ou menos crítico. Tentando fugir um pouco dos elogios (que alguns teimam dizer em demasia) atribuídos a esse autor (com toda a razão, em minha opinião), ele ainda não “peca” em ideolog

Quem é Madame Bovary?

O livro Madame Bovary foi publicado na França no ano de 1856. Em meio a uma sociedade altamente tradicional e aristocrática (mas já com uma longa experiência revolucionária), causou indignação pela análise profunda e verídica dos sentimentos humanos feita pelo seu autor, Gustave Flaubert. Um fato curioso sobre a obra é que Gustave Flaubert foi a julgamento por crime contra a moral. Durante a apuração do caso, o advogado da acusação lhe perguntou “Mas Sr. Flaubert, quem é Madame Bovary?” e todos pasmaram diante da resposta “Eu sou Madame Bovary”. A verdade é que todos nós somos Bovarys. Em primeiro lugar, somo como Madame Bovary na aparência, não necessariamente calmos, mas possuímos uma aparência responsável pela nossa imagem sociável e também, como Bovary, possuímos os nossos desejos, os mesmo “torpes” (as aspas fazem respeito a moral e aos bons costumes) e insaciáveis. Bovary era acima de tudo humana. Uma mulher do campo, cheia de desejos e conceitos idealizados. Seu son

Resenha: O Mulato, de Aluísio Azevedo

O Mulato é o segundo livro que eu leio do Aluísio Azevedo. Quem acompanha o Blog sabe que eu já li O Cortiço e quem leu a resenha deve saber também o quanto eu gostei daquele livro. Eu gostei de O Cortiço por completo, já em O Mulato não aconteceu o mesmo. Digamos que eu gostei do livro O Mulato em partes, ou seja, diferentemente de O Cortiço, ele não é uma narrativa que vai ser leve e que vai deixar tudo ali. Foi o romance que inaugurou o Naturalismo no Brasil, mas é extremamente notável o quanto a narrativa ainda está presa no modo de descrição romântico. Vai ter determinados capítulos que vão cansar o leitor, porque o autor faz uso daquela análise minuciosa do ambiente. Essa narrativa vai oscilar bastante: em um dado momento ele vai usar uma descrição apurada e em outras uma mais superficial. Outra coisa que eu notei também, é que a intensidade e a minuciosidade dessa narrativa vão depender totalmente do fato que está sendo narrado. Se eu tivesse começado a ler esse autor po

Resenha: O Cortiço, de Aluísio Azevedo.

Esse foi o meu primeiro contato com a obra de Aluísio Azevedo, autor naturalista brasileiro. Antes de mais nada, é preciso esclarecer o quanto a obra de Aluísio de Azevedo foi importante para a construção da imagem do Brasil e da sociedade, em especial, O Cortiço. Ele foi um autor que sempre criticou muito os valores tradicionais, naquela época representados pelo clero. Dentre todas as suas obras, O Cortiço se destacou por uma guinada em favor do "povão" na literatura e tanto esse quando O Mulato, foram muito bem recebidos pela crítica. É importante também ressaltar, que ele foi um autor que pertencia ao estilo naturalista, que veio a confirmar a narrativa realista (que ainda se concentrava na corte), mas que sempre tinha as suas "recaídas" românticas, ou seja, escrevia ao modo naturalista, mas intercalava algumas obras no estilo romântico. Acho que chega de falar da nobreza e da corte. Está na hora de narrar um pouco a vida do povão. Antes de mais nada

Resenha: Inferno, de Dan Brown

Esse é o primeiro livro que eu leio do Dan Brown. Eu já assisti O Código Da Vinci e Anjos e Demônios, os filmes são sim bons, eu gosto pelo menos, acho que tem um roteiro que te instiga a tudo mais. Mas até agora eu não sabia nada sobre a escrita do Dan Brown: eis a oportunidade, começar pelo Inferno. Antes de mais nada, quero deixar aqui bem claro o quanto eu gostei da temática. A temática em sí já era um indício do sucesso do livro. Todo mundo gosta d'A Divina Comédia e a obra em sí sempre levanta muitas discussões. O mais legal é que ele pegou essa temática da literatura medieval com o seu Teocentrismo, cultura e tudo mais e ligou a um tema bem presente no mundo atual, o uso da ciência. Enfim, sobre o tema não há o que criticar, bem escolhido. A capa do livro é muito bonita, tem aquele perfil do Dante Alighieri e a cidade de Florença como pano de fundo, o material do livro é de qualidade. O livro vai começar com o professor Robert Langdom (ah vá) totalmente perdido em um hos

Projeto dos Contos 12/12: O Alienista.

Conclusão! 12/12 Antes de mais nada, O Alienista ele é um conto bem comprido, claro que não é um livro, mas para o formato de conto, ele é bem grande. Tão é, que alguns estudiosos afirmam ser O Alienista uma novela, fica aí para discussão. Em O Alienista, narrado em terceira pessoa, vai ter o personagem de um homem muito ilustre, Simão Bacamarte. Médico muito estudioso, ele decide largar as áreas mais estudadas da medicina para estudar a psicologia, todas essas teorias que fundamentam o pensamento humano. Por envolver muito as ciências nesse conto, a crítica se concentra no cientificismo da época e a uma “ditadura” da ciência que foi introduzida aí nessa segunda metade do século XIX. Bem no começo do conto. Esse personagem central vai deixar bem claro o quanto ele sente por essas pessoas que beiram a loucura e a necessidade que ele sente de construir um local de apoio as pessoas que padecem da loucura ou de outras patologias relativas à mente. Daí parte a iniciativa de

Projeto dos Contos 10/12 e 11/12: O Caso da Vara + Noite de Almirante.

Estamos quase finalizando o Projeto dos Contos aqui no Blog. Hoje novamente eu vou fazer um post para dois contos, não que eles estabeleçam relação de interdependência, nem nada, mas realmente para adiantar, não que eu esteja com pressa. O Alienista, na introdução da edição, já dizia que era mais uma novela do que um conto e que havia uma discussão sobre isso, enfim, O Alienista é um pouco mais comprido, então talvez hoje eu faça esse post com dois contos e poste o último somente sábado. Eu gostei muito do final de O Caso da Vara. posso dizer para vocês que quando foi apresentado no cenário aquele meninos fugindo do seminário, aí ele procura ajuda na casa de uma senhora, Dona Lucrécia, amiga do seu padrinho, mas enfim, que Machado diz que essa tal senhora tinha quarenta anos, mas aparentava vinte e sete, eu achei que teria uma relacionamento entre Damião e essa senhora. Deve ser influência do outro conto. Mas enfim, Damião é um dos muitos meninos obrigados a ir para o seminário. Ao

Projeto dos Contos 8/12 e 9/12: Cantiga de Esponsais + Uns Braços

Bom, como vocês devem ter notado, estou fazendo dois contos em somente um post. Isso porque o conto "Cantiga de Esponsais" vai se assemelhar bastante aos demais e vai ter uma resenha bem curta mesmo e depois porque eu quero adiantar um pouco mais o projeto. Mas vamos lá. Cantiga de Esponsais novamente vai explorar as vontades, ou melhor, vai tentar delinear como se dão essas forças através de um personagem. Dessa vez o conto é em terceira pessoa, ou seja, vai ser narrado por um observados da situação. Romão é um senhor já de idade muito conhecido em uma pequena cidade por conduzir a ópera que introduzia as missas. Tinha as suas qualidades reconhecidas, mas se assemelhava ao personagem de "Um Homem Célebre", nunca havia composto uma obra própria. porém dessa vez, diferente do personagem do outro conto, Romão tem ideias e sente a emoção necessária para compor, mas não consegue colocar no papel a obra. Enfim, a pequena trama vai se desenrolar nessa tentativa. Vale

Projeto dos Contos 7/12: Conto de Escola

Vamos lá! Já passou da metade 7/12! Em Conto de Escola, Machado traz o narrador-personagem Pilar, um menino, aliás, não fica bem claro se ele já é um adolescente, mas acho que não. Pilar vai relatar um pequeno episódio da sua vida escolar, quando Raimundo, o filho do professor que era meio atrasado na escola, lhe oferece uma moeda em troca do esclarecimento de uma matéria que ele não entendeu. Vale lembrar que o professor era mais rígido com o seu filho Raimundo e que o mesmo tinha dificuldades de aprendizado. É com base nesse suborno que vai se dar a história. Durante a troca, digamos assim, Curvelo, um outro aluno decide entregar a relação dos alunos ao professor. E escola naquela época era bem diferente, aliás, Machado relata bem aquela questão da palmatória e tudo mais. Vocês vão ter que ler para descobrir o que acontece, mas do acontecimento final vai partir aquela crítica das entrelinhas. É na conclusão feita pelo personagem que fica evidenciado duas características dos

Projeto dos contos 6/12: Teoria do Medalhão.

Antes de começar essa resenha, quero deixar bem claro que esse foi o primeiro conto do Machado que eu tive dificuldades de entender. Li uma vez entendendo muito pouco, terminada a primeira, recorri às analises na internet e depois retomei o conto para uma segunda leitura, dessa vez com sucesso. Ainda bem que eu não deixei de ler. Posso não ter entendido na primeira vez, mas esse conto se tornou um dos meus mais preferidos e um dos que mais abarca idéias sobre a sociedade. A história vai se dar em forma de um diálogo entre Janjão e seu pai. Janjão acabou de completar 21 anos e após o seu jantar de aniversário, teve uma conversa com o seu pai. O teor da conversa nada mais era um pequeno guia de como se tornar um medalhão. Um medalhão era um homem rico e bem sucedido na sua profissão. Em dado momento, o pai adverte que era seu sonho ter sido medalhão e retrata como é frustrante estar velho e não ser um medalhão e também deixa bem claro ao filho a necessidade de se tronar um.

Projeto dos Contos 5/12: Missa do Galo.

Quase na metade! 5/12! Nogueira, é um jovem estudante do interior que foi passar alguns dias na casa do ex-marido de sua irmã, no Rio de Janeiro. Lá ele foi ele acolhido muito bem, tomou conhecimento dos divertimentos da cidade e foi bem acolhido pelo casal Chiquinho e Conceição. Chiquinho por sua vez vai dar o toque realista. Ele sai algumas noites, com a desculpa de ir ao teatro, quando na verdade vai trair a sua mulher Conceição, que da sua parte sabe tudo, porém, aceita "normalmente". Já dá para ter uma ideia do porque que foi usado as aspas. Conceição é retratada pelo narrador personagem como uma mulher calma, nem bela, nem feia, aprazível. Tudo até aí está nos conformes. O casal, típico da época, usava as escapadas do marido para equilibrar a relação. Mas como em Machado nada é o que parece, ele vai fazer um desmascaramento dessa personagem tão inocente. Uma das maiores curiosidades de Nogueira, era ir assistir a missa do galo. Ele decide ir junto com um viz